O acesso a métodos contraceptivos avançados representa um marco significativo no que diz respeito à saúde das mulheres e ao planejamento familiar no Brasil. A recente decisão de incluir o implante contraceptivo Implanon na lista de insumos do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma notícia que traz esperança e oportunidades para muitas mulheres, especialmente aquelas que enfrentam barreiras financeiras. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é o Implanon, como ele funciona, o processo de inserção pelo SUS e as outras opções de contracepção disponíveis na rede pública.
Implante contraceptivo de R$ 4 mil é incluído no SUS; veja detalhes
O Implanon é um pequeno bastão plástico que mede apenas 4 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro. Ele é implantado sob a pele do braço da mulher e contém 68 miligramas de etonogestrel, um hormônio semelhante à progesterona, que age diretamente na prevenção da ovulação. De acordo com o Ministério da Saúde, o implante libera continuamente esse hormônio na corrente sanguínea, o que impede a liberação do óvulo pelos ovários e modifica a secreção do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.
A grande vantagem do Implanon reside em sua duração: ele oferece proteção contra a gravidez por até três anos. Além disso, esse método é altamente eficaz e reversível, o que significa que, ao retirar o implante, a mulher pode engravidar normalmente, se assim desejar.
A decisão do governo de disponibilizar o Implanon gratuitamente pelo SUS é uma resposta significativa à demanda por métodos contraceptivos eficazes e acessíveis. Com um custo que pode chegar a até R$ 4 mil caso seja adquirido na rede privada, a inclusão desse dispositivo na rede pública representa uma oportunidade valiosa para centenas de milhares de mulheres brasileiras. A previsão é que até 2026, 1,8 milhão de dispositivos sejam distribuídos, beneficiando cerca de 500 mil mulheres já em 2022.
Como funciona o implante?
O funcionamento do implante contraceptivo é bastante simples, mas sua eficácia é profundamente impactante. A inserção do Implanon é feita por um profissional de saúde treinado, que coloca o pequeno bastão sob a pele do braço. Uma vez instalado, o dispositivo passa a liberar o hormônio etonogestrel de maneira contínua, criando assim um ambiente hormonal que inibe a ovulação. Isso significa que, mesmo sem a liberação do óvulo, a mulher pode manter sua vida sexual ativa sem medo de uma gravidez indesejada.
As mulheres que optam pelo Implanon frequentemente relatam a conveniência desse método, uma vez que não precisam lembrar-se de tomar pílulas diariamente ou realizar outros métodos de controle de natalidade regularmente. De fato, a introdução do Implanon no SUS não só promove a saúde reprodutiva, mas também pode melhorar a qualidade de vida das mulheres, permitindo que elas se concentrem em outras áreas de suas vidas sem preocupações relacionadas à contracepção.
Como colocar Implanon pelo SUS?
A expectativa é de que o processo para colocar o Implanon pelo SUS esteja disponível nos próximos meses. O Ministério da Saúde preparará uma portaria que oficializa a oferta do contraceptivo na rede pública. O cronograma para a implementação inclui atualização das diretrizes clínicas, aquisição e distribuição dos dispositivos e capacitação dos profissionais de saúde que realizarão o procedimento.
As mulheres que desejam se beneficiar desse novo recurso poderão procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) assim que o programa estiver em vigor. Além disso, o governo anunciou que acompanhará essa expansão com treinamentos teóricos e práticos, assegurando a segurança das pacientes e garantindo que todas as etapas do processo sejam seguidas corretamente.
É fundamental que as mulheres estejam cientes de seus direitos e das opções disponíveis para elas. O acesso gratuito ao Implanon por meio do SUS representa uma vitória significativa em termos de autonomia e liberdade reprodutiva. Informações precisas e orientação adequada são essenciais para que cada mulher possa fazer escolhas informadas sobre sua saúde.
Quais outros métodos contraceptivos oferecidos pelo SUS?
Antes mesmo da inclusão do Implanon, o SUS já disponibilizava uma variedade de métodos contraceptivos que são oferecidos gratuitamente a todas as mulheres. Entre esses métodos, podemos destacar:
Preservativos externos (masculinos) e internos (femininos): Esses itens, além de prevenir a gravidez, são a única opção que oferece proteção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
DIU de cobre: É um dispositivo intrauterino que tem a duração média de 10 anos, proporcionando proteção de longo prazo contra a gravidez.
Anticoncepcionais orais: O SUS oferece diferentes opções de pílulas, incluindo as combinadas e a pílula só de progestagênio, que são amplamente utilizadas pelas mulheres.
Injeções hormonais: Esses métodos podem ser administrados mensalmente ou trimestralmente e são uma alternativa adequada para quem busca um método de aplicação periódica.
- Cirurgias de esterilização: O SUS também permite procedimentos como a laqueadura tubária e a vasectomia para aqueles que desejam opções permanentes de contracepção.
Com a chegada do Implanon, a variedade de opções do SUS se torna ainda mais rica, permitindo que cada mulher escolha o método que melhor se adapta ao seu corpo, ao seu estilo de vida e aos seus planos futuros. Essa diversidade é essencial para que cada mulher possa tomar decisões informadas sobre sua saúde e bem-estar.
Perguntas frequentes
Qual é o custo do Implanon na rede privada?
O Implanon pode custar até R$ 4 mil, considerando o preço do dispositivo e o procedimento de inserção.
Como faço para colocar o Implanon pelo SUS?
Em breve, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estarão aptas a realizar o procedimento, após a divulgação oficial do governo.
Quanto tempo o Implanon oferece proteção contra a gravidez?
O Implanon é eficaz por até três anos, proporcionando uma contracepção de longo prazo.
O Implanon é um método reversível?
Sim, o Implanon é um método reversível, ou seja, ao retirá-lo, a mulher pode engravidar normalmente.
Quais são as vantagens do Implanon em relação a outros métodos?
Sua principal vantagem é a longa duração da eficácia e a conveniência de não precisar de aplicações regulares, como nos anticoncepcionais orais.
Quais métodos contraceptivos já eram oferecidos pelo SUS antes do Implanon?
Com a inclusão do Implanon, o SUS já oferecia preservativos, DIU de cobre, anticoncepcionais orais, injeções hormonais e cirurgias de esterilização.
Considerações finais
A inclusão do implante contraceptivo Implanon no SUS é um avanço significativo para as mulheres brasileiras. A possibilidade de acesso gratuito a um método contraceptivo seguro e eficaz não só promove a saúde reprodutiva, mas também contribui para a autonomia e empoderamento das mulheres em nosso país. É vital que cada mulher esteja informada sobre suas opções e que tenha acesso aos recursos necessários para tomar decisões conscientes e saudáveis. A saúde da mulher deve ser uma prioridade na sociedade, e o SUS continua a desempenhar um papel fundamental na garantia desse direito.